0
Nada melhor que o Dia de Finados, amanhã, para uma triste homenagem ao sepultamento da criatividade na televisão brasileira. Como bem lembrou uma amiga jornalista, que por razões óbvias não terá seu nome citado, o problema é moral!
A exemplo de tudo o mais nessa vida, a TV está perdendo seus valores. De ética, comprometimento, responsabilidade, respeito e por aí afora. Não importa se temos profissionais talentosos e experientes fora do ar ou mal aproveitados. O que vale é o retorno imediato, o mais pelo menos.
E o que acontece? Em todas as feiras de televisão que existem no mundo, os brasileiros estão sempre presentes, saltitantes e com as maiores comitivas. Mas, aqui, por mais paradoxal, tudo continua do mesmo jeito. Nada acontece de diferente. Ou compram coisas que não servem ou simplesmente copiam.
Basta verificar o quadro do chapéu do Raul Gil. O que há de variações em cima dele é uma coisa absurda, como prova de que ninguém reúne condições ou está interessado em investir no novo. Pensar, no caso de alguns senhores, chega a ser uma sensação desconhecida.
E fazem isso, chupar o que é do outro, com o maior descaramento. São os tais dos princípios que nem são mais considerados. Eles que se lixem – é a impressão. E não tem como terminar, a não ser com os nossos mais sinceros pêsames.
Vamos tentar explicar com as letrinhas de forma: o "quadro do chapéu" foi criado em 1970 pelo José Messias, na época, apresentado pelo Aerton Perlingero na TV Tupi – Rio de Janeiro. O Airton Rodrigues, no "Almoço com as Estrelas", pouco tempo depois, passou a apresentar também na TV Tupi de São Paulo.
Em 1983, na TVS, Raul Gil passou a fazer o quadro do chapéu que ele comprou do Zé Messias.  E que tem registrado até hoje, em nome da sua empresa, a Luar Produções Ltda.
Que poucos sabem é que em junho passado, a última mulher do Airton Rodrigues, dona Maria Tereza Oliveira Pinho, entrou com uma ação contra o Raul Gil, alegando que teria recebido por herança do marido, em 12 de novembro de 1992, o quadro do chapéu e o programa "Almoço com as Estrelas", que, na verdade, é argentino. A questão está na Justiça.
Como mais um exemplo para que ninguém entenda como exagero: a Record vai estrear em breve o "Domingo da Gente" e a informação que se tem é que também virá com outra variação do "chapéu". É o "quem chuta dentro e quem chuta fora". Mais um na bandeirinha de escanteio.

Postar um comentário

Obrigado pelo seu comentário. Não publicamos neste blog comentários com palavras de baixo calão, denúncias levianas e troca de ofensas entre leitores.