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No “Poder em Foco” deste domingo, 03 de agosto, Débora Bergamasco recebe o ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes. Na ocasião, os jornalistas convidados que também farão perguntas ao convidado serão Leandro Colon, da Folha de S. Paulo; Pedro Canário do ConJur; e Sérgio Pardellas, da Istoé. O ministro falará sobre questões como a análise do STF sobre deixar o ex-presidente Lula preso ou solto e comenta: “não estou a esperar que o tribunal venha a decidir a temática neste momento”. E também comenta a possibilidade de Lula disputar a eleição: “a inelegibilidade é aritmética porque ele tem uma condenação em segundo grau”.

 Foto: Lourival Ribeiro/SBT

Sobre defender a antecipação da pena, Gilmar afirma: “é possível, sim, a prisão em segundo grau, mas ela precisa ser avaliada”. E completa: “eu não mudei de posição, o que eu queria e continuo querendo é que de fato haja a possibilidade de recurso”. 

“Toda liberdade sempre esteve na pauta das minhas preocupações”, diz ele sobre a fama de ser “o ministro que solta todo mundo”. E diz não se preocupar com os memes atribuídos a ele: “não estou preocupado com isso. Eu estou defendendo o direito desse sujeito que me critica”. Sobre o Caso Jacob Barata, ele declara: “a minha mulher era madrinha nesse casamento e eu a acompanhei. Vi esse senhor nessa ocasião, nunca mais o vi, o casamento se desfez e não tenho nada a ver com isso”. 

O ministro acredita ainda haver uma “pré-compreensão” da imprensa a respeito dos fatos e declara: “Não pode haver sessões da Polícia Federal onde, unilateralmente, se diz que fulano fez isto ou aquilo. Isto cria dificuldade de controle, porque vocês acreditam nisso. A imprensa é um pouco cúmplice disso (...) A imprensa veicula como verdade esses fatos. Há uma pré-compreensão da imprensa, em geral, de que esses fatos são verdadeiros”. Mas afirma defender a liberdade de imprensa: “prefiro uma imprensa má do que a não existência da imprensa. Quero uma imprensa livre”. E completa: “é mais culpa de agentes públicos que tentam manipular a imprensa”. 

Confira outras frases da entrevista: 


Há um excesso de prisões provisórias. Temos hoje 700 mil presos. Metade deles é provisória.
Não me preocupo com a prisão do rico, não, me preocupo com a prisão do pobre.
Eu torço muito para que o Brasil retome a normalidade. Os três poderes voltem a ter uma relação funcional. Que não assoberbemos o STF com funções que não são dele.
A política levou tudo para o Supremo... Nós fomos, até um pouco inebriados, assumindo funções que não são nossas. 
Tenho a impressão que o ministro Toffoli tem esse desafio: de reatar as relações, que ficaram de fato muito truncadas. Não por conta da gestão da ministra Cármen Lúcia, mas por conta das circunstâncias históricas. Ele tem esse desafio de trazer o Brasil para uma normalidade institucional.
Fico com a impressão de que, no Brasil, o único crime que se comete é corrupção. Ningém fala de PCC, de delação premiada. Só existe criminoso no segmento político?
PODER EM FOCO
Neste domingo, à meia-noite 

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