As emissoras de TV aberta decidiram
cobrar das empresas de TV por assinatura pela veiculação de seu conteúdo, hoje
exibido pelos canais pagos sem pagamento.
A veiculação gratuita acontece desde
o início da TV paga no país, há cerca de uma década, porque interessava aos
canais abertos: a qualidade de recepção dos sinais da TV paga era melhor.
Hoje, mais de 60% da audiência da TV
paga é dos canais nacionais abertos (Globo, Band, Record, SBT, RedeTV!, entre
outros) em um universo de 220 canais, a maioria estrangeiros.
"Há um contrassenso em achar que
a TV aberta não deve ser cobrada [nos pacotes de TV paga]", diz Roberto
Franco, diretor de relações institucionais do SBT.
A Band concorda. "É um absurdo
não receber por nosso conteúdo", disse Walter Ceneviva, vice-presidente
executivo da emissora.
Segundo Marcelo Bechara, conselheiro
da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), as cinco emissoras devem
fazer a cobrança.
As operadoras de TV por assinatura,
como Net, Sky e as teles que operam nesse segmento, no entanto, não aceitam o
pagamento.
Essa discussão está ocorrendo porque
a nova legislação do setor, que entrou em vigor em março do ano passado,
permite --mas não determina-- a cobrança, após o desligamento do sinal
analógico, que acontece até 2018.
Por outro lado, a nova lei obriga a
TV paga a exibir os 14 canais nacionais. Assim, caso não haja acordo, o canal
será carregado sem cobrança, e a agência reguladora terá que mediar o
conflito.
"Mas não acredito que elas
chegarão a esse ponto", disse Bechara. "Também não acredito que seja
imposto um custo tão elevado."
MEDIAÇÃO
Prevendo um novo ponto de conflitos
no setor, a Anatel já decidiu definir regras para balizar a nova fase de
negociações. "A própria lei já previa um regulamento posterior para
resolver questões desse tipo", disse Bechara.
Segundo ele, a agência não irá
interferir em preços, mas criar "pontos de referência para garantir a
isonomia".
Nos EUA, esse tipo de controvérsia
também ocorre. Mas, segundo o advogado Walter Bitelli, especializado em
telecomunicações, as emissoras faturaram US$ 4 bilhões com a venda de seus
canais para a TV paga por ano. Para algumas, 17% da receita já vem desse
negócio.
Fonte: Folha de São Paulo
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